Apresentação

Bem Vindos ao Blog do Clube da Comunicação do Agrupamento de Escolas de Artur Gonçalves de Torres Novas - Portugal

Visita ao Centro de Bem-Estar social da Zona alta

segunda-feira, 8 de março de 2010 | Blog do Clube da Comunicação 2009

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A recente visita ao Centro de Bem-Estar Social da Zona Alta, relembrou-nos, mais uma vez, uma realidade emergente e extremamente preocupante….
Sempre que falamos em terceira idade, imaginamos automaticamente um grupo de pessoas sentadas à volta de uma característica mesa de madeira, enquanto contam histórias das suas aventuras de juventude… Histórias de uma outra vida… Passada, ultrapassada, mas vivamente recordada…

A verdade até pode passar por essa mesma mesa de madeira e pelas mesmas conversas sobre os mesmos assuntos, mas falta algo…. Algo que até o mais distraído dos seres consegue perceber… Falta a alegria de viver…. A felicidade que os dominara há muitos anos atrás, não só nos momentos marcantes, mas na vida em geral...
A tristeza e a incerteza dos seus futuros, essas continuam lá, bem presentes como parasitas, alimentando-se lenta e dolorosamente dos poucos anos de vida que lhes restam…
Era notável a falta de interesse deste conjunto de pessoas… Não queriam comer, beber, jogar ou cantar… Apenas desejavam ficar sentados. Tornavam-se surdos e mudos de um momento para o outro… Permaneciam quietos, como se de uma estátua se tratasse… demorámos algum tempo a perceber o objectivo de tanta concentração e, ainda hoje, não temos uma resposta… No entanto, havia um aspecto que se destacava…
O olhar… frio e desinteressado do mundo… Não estavam a olhar para um único ponto. Procuravam algo, algum lugar no infinito na paisagem, algo que lhes trouxesse de volta as memórias de uma juventude passada. Tempos de amores e dissabores, alegrias e tristezas, ilusões e desilusões, tempos em que eram livres para realizar todos os sonhos… Tempos, também eles de sonho…




No entanto, sempre que os questionávamos sobre esses mesmos “tempos de sonho”, uma mudança radical era evidente. Esboçavam leves sorrisos, desviavam o olhar do infinito da paisagem para se centrarem em nós e falavam alegremente, com a mesma falta de energia característica, mas sem as longas pausas e respostas simples… Era rara a ocasião em que respondiam com um “sim” ou um “não” a uma pergunta sobre os seus tempos de juventude. Começavam a deambular sobre a sua vida passada, sobre momentos especiais, sobre casos amorosos e desilusões com amigos… independentemente do tema, era notável a alteração de humor…
E Isso levou-nos a pensar…. Levou-nos a imaginar um mundo melhor, onde todos os idosos tivessem alguém com quem falar… Onde não fossem “despachados” para lares como se de mercadoria se tratasse… Onde tinham, de facto, amigos e familiares que se preocupassem…
Um dia todos lá chegaremos… Um dia todos olharemos para trás e daremos pela falta destes tempos, onde todos os sonhos podiam ser realizados, bastava querer… Irá chegar a altura em que iremos comparar o quão boa a nossa vida já foi.
Iremos ficar revoltados connosco, porque não a soubemos aproveitar. Mas, mesmo sabendo que passaremos por tudo isso, esperamos lembrarmo-nos deste momento… esperamos ser capaz de olhar para trás e reconhecer que algo teve de mudar para melhor, porque a terceira idade não tem de ser um pesadelo solitário.
Tudo depende da força de vontade de quem a vive e da sua capacidade de se sentir útil… Porque para o bem e para o mal, estas pessoas fizeram parte do nosso passado e são também o nosso presente. Como tal, merecem todo o respeito e dignidade, porque afinal “velhos são os trapos”…
Alexanda Neves, Alexandra Moita, Melissa Samartinho, Paulo Branco e Ricardo Duarte.

9º A - Apoio, acompanhamento e correcção de textos, Prof. Fernanda Torrinha.

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